Além do vermelho: as 5 cores do “shiba inu”
O shiba inu é uma raça milenar do Japão, cujas origens remontam a mais de 2.000 anos a.C. Seu nome é derivado do kanji japonês shiba, que significa pequeno, e inu, que significa cachorro na língua japonesa. Embora, segundo o American Kennel Club, esteja classificado em 43º lugar entre os cães mais populares do mundo, poucos conhecem a variedade de cores do shiba inu.
Embora haja predominância do vermelho na genética dessa linhagem, os cães também podem apresentar outras cores, como preto e castanho, gergelim, creme e branco. Se você tem interesse em descobrir todas as particularidades de cada uma dessas variantes, convidamos você a continuar lendo o conteúdo a seguir. Você não pode perder!
As cores do shiba inu
Como explica um artigo na revista Animal Genetics, fatores genéticos determinam a coloração de um animal. Para ser mais preciso, é um aspecto herdado dos pais para os filhos. Segundo os autores desse documento, foram identificados 7 genes responsáveis por cores ou padrões específicos da pelagem em cães:
- SILV.
- Melanofilina.
- Beta-defensina 103.
- Receptor de melanocortina 1.
- Proteína 1 relacionada à tirosinase.
- Proteína relacionada à cutia (ASIP).
- Fator de transcrição associado à microftalmia.
Graças a esses genes, o shiba inu pode ter até 5 cores de pelagem.
1. Vermelho
É considerada a variedade mais comum e difundida dessa raça japonesa, que muitas vezes é confundida com o akita inu. Devido à genética, é a cor mais dominante. Sua expressão é mediada pelo gene receptor da melanocortina 1, que induz a produção de um pigmento denominado feomelanina. Este é responsável por proporcionar o tom de pelo entre o vermelho e o laranja intenso.
Pode aparecer em cor sólida ou acompanhada de certas áreas de pelo branco. Essa área branca distinta é conhecida como “urajiro” e é encontrada nas seguintes regiões do corpo:
- Peito
- Pescoço
- Focinho
- Barriga
- Abdômen
- Dentro das pernas e cauda
O vermelho talvez seja a cor mais apreciada pelas pessoas em todo o planeta, já que são poucas as raças de cães que apresentam essa coloração, típica de animais selvagens como a raposa.
2. Preto e castanho
É uma pelagem composta por três cores: preto, vermelho e canela. Assim como na anterior, está envolvido o gene receptor da melanocortina 1. No entanto, são produzidos dois pigmentos: a eumelanina (para a cor preta) e a feomelanina (tanto para o vermelho quanto para a canela).
Nesse caso, o preto não é uma cor sólida, mas se mistura em algumas áreas com canela e pelos avermelhados. Por esse motivo, é conhecido como “preto enferrujado”. Além disso, assim como no shiba inu vermelho, o urajiro também está presente.
3. Gergelim: uma das cores shiba inu mais inusitadas
É a mais rara de todas as cores de shiba inu. Até recentemente, os genes envolvidos na variante não eram claramente conhecidos. No entanto, uma pesquisa – publicada na revista Veterinary Sciences – relatou que o gergelim é amplamente determinado pela proteína relacionada à cutia ou pelo gene ASIP.
Essa variante é uma mistura de vermelho, preto e branco em diferentes proporções, podendo ser classificada da seguinte forma:
- Gergelim: mistura de todas as cores em partes iguais.
- Gergelim preto: o preto predomina sobre o branco.
- Gergelim vermelho: o vermelho é a cor base e a que mais se espalha pelo corpo. Por sua vez, o preto deve ser misturado uniformemente e não criar linhas definidas.
Em qualquer caso, o urajiro deve estar sempre presente nas áreas definidas.
4. Creme
Conforme explicado por um estudo do The Journal of Heredity, a cor creme é mediada pelo gene receptor da melanocortina 1. Porém, devido a uma variação genética, a pigmentação da feomelanina se dilui ou se torna pálida, dando origem a essa tonalidade.
Portanto, o tom creme é na verdade uma base vermelha, mas muito mais clara. Ressalta-se que não foi encontrada nenhuma relação entre essa mutação genética e a saúde dos cães que a apresentam.
Em competições expositivas não é tão apreciado, pois se for uma cor muito diluída perde-se o característico urajiro. Na verdade, a Federação Cinológica Internacional (FCI) – entidade responsável por estabelecer todos os parâmetros das raças puras – não a reconhece como variante oficial dessa raça japonesa.
5. Branco
Ao contrário de outras raças de cães, o shiba inu não possui albinismo. Em vez disso, a cor branca ocorre devido a uma mutação genética que dá a coloração conhecida como “chinchila”. Nessa condição, há uma diluição máxima da feomelanina – responsável pela cor vermelha – até chegar ao ponto em que o pelo fica completamente claro.
No entanto, tanto esse pigmento como a eumelanina estão presentes em outras partes do corpo, como as seguintes:
- Íris
- Sistema auditivo
- Mucosa do nariz
Portanto, o shiba inu branco não manifesta doenças relacionadas ao albinismo, como surdez ou cegueira.
Quanto ao aspecto dessa variante, a cor é sólida em toda a pelagem, com alguns tons avermelhados na ponta da cauda e nas orelhas. Embora a FCI não a reconheça oficialmente – por falta do urajiro –, ninguém pode negar que esses cães são lindos.
Cores shiba inu para todos os gostos
Como você pode ver, as cores do shiba inu não se limitam à conhecida cor vermelha. Existem outras variedades que, pelos seus detalhes e particularidades, são igualmente apreciadas por todos os apaixonados por cães.
Embora alguns não sejam oficialmente reconhecidos por entidades, como a FCI, isso não significa que os indivíduos que os possuem não sejam puros, pois é um aspecto estético das exposições.
Cabe a você fazer a pesquisa e escolher o que mais se adapta ao seu gosto. Lembre-se de que todas essas cores são específicas da raça e não estão relacionadas a problemas de saúde ou impurezas na linhagem. Da mesma forma, lembre-se de que, independente das características físicas, o shiba inu é uma excelente opção como animal de estimação, pois é muito independente. Você não vai se arrepender de adicioná-lo à sua família!
Imagem da capa: @Yokokikuchi_ks/Instagram.
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